quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Pausa para a Prosa Poética - Não existe coração

Seguem os dias vulgares, horas de desabrigo disfarçados com falsas aparências e sorrisos vãos. Há dias em que eu acho que não há coração para mais nada. É tudo uma ilusão.
O amor que pensamos dar e mais ainda o que pensamos que recebemos. Quimera.
É impossível acreditar se nada passa de palavras sempre inúteis e sem fundamento que as pessoas dizem sem sentir. As pessoas falam sem perspectiva, sem afecto. Falam por falar. O que nos dizem hoje, amanhã dirão a quem calhar.
São coisas que não tem relação com idade, género ou até carácter. São coisas da sociedade, da vida louca que vivemos. Não sei se há excepções nestas tremendas ambições.
Não há verdade nenhuma, há interesse. As pessoas interessam-se mais por coleccionar. Coisas podem ser catalogadas, coleccionadas, aglomeradas em caixas. Pessoas não.
As pessoas não são ou não deviam ser colecções. E seguem-se as gerações com estilos de vida errados…
Errados?
Seguem os dias cansados, horas de desilusão disfarçadas pela busca incessante de alguma coisa que alguém perdeu. E não fui eu. Essa desilusão… não fui eu.

Há dias em que eu acho que não existe coração. Maldição. E agora? 


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Pausa para a poesia - High Hopes

Lembras-te de mim? O meu nome ainda te causa rebuliço?

Ainda te lembras com se escapa deste inferno?

Eu sei, sei que é louco. Acreditar em coisas. Essas coisas da nossa fantasia.

Ainda tens medo! E por isso mentes.

As nossas esperanças eram tão altas, amor.

Lembras-te de mim? E o meu nome ainda te faz pensar nisso?

Ainda te lembras com se chega ao nosso eterno?

Eu sei, sei que era um sonho. Sonhar com coisas. Essas coisas da nossa utopia.

Ainda tenho medo! Sentes?

As nossas esperanças eram tão altas, amor.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Pausa para crónica - Um estado instável de pouco amor

Fevereiro é um bom mês para recomeçar, li algures. Fuck this shit… Estou tão farta de recomeços! Recomeçamos quando algo acaba mas não necessariamente porque algo começa. Hoje tenho dúvidas que todos os finais sejam inícios de alguma coisa porque os finais vão matando. Os finais matam coisas boas que existiam dentro e mesmo que haja maneira de as recuperar, nada será igual. Enquanto começa e não começa, só sentes. Não é dor física mas parece, não é depressão mas assemelha-se. É um estado instável de pouco amor. Pouco amor ao que és, o único tipo de amor que nunca deveria falhar. Talvez Fevereiro seja um mês perfeito para pairar nessa neblina que é o encontro que preciso ter. Eu preciso ter. 


domingo, 1 de fevereiro de 2015

Pausa para a poesia - Sentir-te

Serias tu capaz de guardar esse segredo?
É que eu acho que me perdi. Perdi as percepções.
E agora tudo que faço é movido pelo medo.
Perdi a razão, arrasei todas as minhas convicções.
Talvez tenha ficado magia por se beijar
O corpo e a alma que ficou por agarrar…
Em todos os dias em que nos encontramos no nosso lugar.
Serias tu capaz de guardar o nosso desejo,
Como quem morre apenas por um beijo?
Morro nos teus olhos e na nossa despedida
Quero saber como estas e como vai a tua vida
Tu que és a parte do amor mais escondida.
Serias tu capaz de ser tudo e depois nada?
Pedes-me mais mas a história foi mal desenhada.
As voltas que dás ao que és, ainda não as sabes definir
E eu quando posso falar na verdade nunca sei o que te dizer
Disfarço, disfarças e tentamos não lembrar o que queremos sentir,
Sentir-te, para além das palavras que não chegaram a acontecer.
Sentir-te, para além de tudo o que nos faz esquecer.
Sentir-te, serei eu capaz de o fazer?